28.2.10

Está dentro do livro Água Viva de Clarice Lispector

" Tinha que existir uma pintura totalmente livre da dependência da figura - o objeto - que, como a música, não ilustra coisa alguma, não conta uma história e não lança um mito. Tal pintura contenta-se em evocar os reinos incomunicáveis do espírito, onde o sonho se torna pensamento, onde o traço se torna existência. " Michel Seuphor

Flamenco

Minha eterna essência...

27.2.10

Dia bonito por si só...

Vou para a janela e vejo aquela chuva a cair. Sinto o cheiro gostoso do jardim molhado... E agora a alegria se propaga. Muda e alegra meu olhar.  A vida tem mais cor. E ali, ninguém passa a me observar. Sou eu...somente o meu eu naquele lugar debaixo da chuva. Sim fui tomar um belo banho de chuva. Igual uma menina de cinco anos. Deitei no jardim e fechei os meus olhos...pensamentos soltos e leves. Quando abria o meu olhar, via coroas de reis e de rainhas ao chão. Um montão de coroa! Coroa de chuva! Parecia uma jóia valiosa...era feita de cristal.
Caminhei pelas poças com pés descalços...com uma única certeza:
- tenho asas, sou borboleta...
Aqui tem jasmim e cheiro de flor de pitanga.
Tanta beleza! A vida descortina...

Óh! sou tão menina!
tantos sins e nãos,
chuva ainda cai lá fora persistente e molha a vida insistente que me brota e me faz renascer,
e meu coração floresce em mim...

26.2.10

Los Abrazos Rotos



Preciso dizer que sempre fico receiosa ao comentar sobre filmes de diretores consagrados como Pedro Almodóvar, sempre fico achando que tem algo secreto em seus filmes que nem todos conseguem captar. Em “Abraços Partidos (Los Abrazos Rotos)” mais uma vez vemos as ‘marcas registradas’ destacadas, e de quebra, mais uma vez com a estonteante  Penélope Cruz. E é uma obra realmente muito inspirada e que mexe literalmente com minha essência.É volúpia total...

A trama se passa em dois tempos distintos e trata-se de uma obra que fala dentre outras coisas sobre o cinema. Conhecemos o cineasta Mateo Blanco (Lluís Homar) e também a história de Lena (Penélope Cruz).



Penélope Cruz e Lluis Homar

Mesmo para quem conhece poucos filmes de Almodóvar fica fácil perceber que estão lá as cores vibrantes que saltam aos olhos (principalmente o vermelho), o jeito diferenciado de focar algumas cenas, a presença forte do feminino e toda a discussão decorrente em torno de temas como sexo, homossexualismo e traição.

Para quem gosta de bons dramas e principalmente dos filmes de Almodóvar “Abraços Partidos” é um deleite. Uma obra acertada e que consegue convencer até os que são menos ligados em quesitos técnicos ou metáforas escondidas. E a forma como a história é apresentada é realmente genial, consegue prender sua atenção e guardar os grandes momentos para a hora certa.





Penélope mais uma vez exalando sensualidade


Uma obra que mostra a arte viva.Cores, VOLÚPIAS e tem alma latina, sangue quente. Um filme que faz minha essência se auto identificar...

Assistam! É uma surpresa para os olhos críticos, literários!!!!

24.2.10

Um dos melhores filmes!!!



Um filme para todos os corações...
Doce
Paisagens belíssimas!
Emociona...
Tem crianças!

As fadas cavalgam nas borboletas!


Fadas!


20.2.10

Alma latina

Gabriel García Márquez nasceu em 1928 na pequena cidade de Aracataca, na Colômbia. Cresceu ao lado de seu avô materno, um coronel da guerra civil no princípio do século. Estudou num colégio jesuíta e posteriormente iniciou o curso de Direito, logo abandonado em virtude de seu trabalho como jornalista. Em 1954 foi para Roma, como correspondente do jornal onde escrevia, e desde então tem vivido em cidades como Paris, New York, Barcelona e México, em um exílio mais ou menos compulsório. Apesar de seu talento como ficcionista e premiado escritor, continua exercendo a profissão de jornalista.




Em 1961, recebeu o Prêmio Esso de Literatura Colombiana, em 1971 foi declarado "Doutor Honoris Causa" pela Universidade de Colúmbia, em em Nova York; em 1972, recebeu o Prêmio Rômulo Gallegos. Em 1981, o governo francês concedeu-lhe a condecoração "Légion d'Honneur" (Legião de Honra).



No dia 21 de outubro de 1982 foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, quinze anos depois de ter escrito "Cem Anos de Solidão", seu maior sucesso, traduzido em 35 idiomas e com venda calculada em mais de 30 milhões de exemplares.



Em nossos dias circula pela Internet um texto cuja autoria foi atribuída a García Márquez, um tipo de "carta de despedida", pois estaria o autor prestes a falecer em virtude de um câncer linfático. Segundo a "Crônica do falso adeus" de Orlando Maretti, "Gabriel García Márquez, ou Gabo, para os amigos, ... não apenas negou, pela imprensa, que estivesse em estado terminal como também espinafrou a pieguice do texto e seu autor, identificando-o como um subliterato latino-americano. Em recente entrevista ao jornal espanhol El País, o escritor colombiano lamenta a repercussão do texto."



Orlando Maretti acrescenta: "...a primeira pista para duvidar da autoria é a insistência na citação vocativa de Deus. Pelo que se sabe, García Márquez é um escritor de esquerda, simpatizante do marxismo, amigo de Fidel Castro, militante de causas sociais. Enfim, um humanista engajado, mas nem de longe seu perfil lembra um religioso."



O escritor foi reverenciado na XIII Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, em 2007.
Gabriel García Márquez nasceu em 1928 na pequena cidade de Aracataca, na Colômbia. Cresceu ao lado de seu avô materno, um coronel da guerra civil no princípio do século. Estudou num colégio jesuíta e posteriormente iniciou o curso de Direito, logo abandonado em virtude de seu trabalho como jornalista. Em 1954 foi para Roma, como correspondente do jornal onde escrevia, e desde então tem vivido em cidades como Paris, New York, Barcelona e México, em um exílio mais ou menos compulsório. Apesar de seu talento como ficcionista e premiado escritor, continua exercendo a profissão de jornalista.







Em 1961, recebeu o Prêmio Esso de Literatura Colombiana, em 1971 foi declarado "Doutor Honoris Causa" pela Universidade de Colúmbia, em em Nova York; em 1972, recebeu o Prêmio Rômulo Gallegos. Em 1981, o governo francês concedeu-lhe a condecoração "Légion d'Honneur" (Legião de Honra).






No dia 21 de outubro de 1982 foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, quinze anos depois de ter escrito "Cem Anos de Solidão", seu maior sucesso, traduzido em 35 idiomas e com venda calculada em mais de 30 milhões de exemplares.






Em nossos dias circula pela Internet um texto cuja autoria foi atribuída a García Márquez, um tipo de "carta de despedida", pois estaria o autor prestes a falecer em virtude de um câncer linfático. Segundo a "Crônica do falso adeus" de Orlando Maretti, "Gabriel García Márquez, ou Gabo, para os amigos, ... não apenas negou, pela imprensa, que estivesse em estado terminal como também espinafrou a pieguice do texto e seu autor, identificando-o como um subliterato latino-americano. Em recente entrevista ao jornal espanhol El País, o escritor colombiano lamenta a repercussão do texto."






Orlando Maretti acrescenta: "...a primeira pista para duvidar da autoria é a insistência na citação vocativa de Deus. Pelo que se sabe, García Márquez é um escritor de esquerda, simpatizante do marxismo, amigo de Fidel Castro, militante de causas sociais. Enfim, um humanista engajado, mas nem de longe seu perfil lembra um religioso."






O escritor foi reverenciado na XIII Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, em 2007.
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Auguste Rodin

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Biografia



Nascido François-Auguste-René Rodin, as primeiras esculturas de Rodin foram feitas na cozinha de sua mãe, com massa que ela usava para fazer pão. Aos 14 anos, aquele que seria um dos escultores mais geniais da história da arte, já tinha aulas numa pequena academia. Em pouco tempo era aceito na Escola de Artes Decorativas, sob a orientação de Boisbaudran e de Barye. Ingressou depois na Academia de Belas-Artes, onde conheceu os escultores Carpeaux e Dalou. Trabalhou inicialmente como ornamentista, modelador, prático e cinzelador.


A exemplo do que tantas vezes aconteceu com os grandes artistas, a primeira obra de Rodin, O Homem de Nariz Quebrado (1864), não foi aceita no Salon de Paris. A justificativa do júri foi que a obra era um esboço, uma coisa inacabada. Paradoxalmente, toda a criação do escultor se basearia no conceito de "non finito". No ano de 1875, Rodin conheceu Meunier e realizou uma viagem à Itália, de importância fundamental para sua futura estatuária. Lá se interessou principalmente pela obra de Michelangelo, mais precisamente pela escultura O Prisioneiro, que o mestre deixou inacabada, influência esta que o libertou do academicismo. Na sua volta, o escultor visitou e estudou as catedrais góticas. Em pouco tempo criou seu famoso São João Batista Pregando (1878).


Na contemplação de fragmentos de esculturas clássicas, Rodin compreendeu até que ponto uma parte da obra era capaz de representar o todo dela. Assim, começou fazendo obras cerceadas, por assim dizer, algo que ninguém jamais havia tentado. Exemplo disso são O Homem que Caminha e Torso. No entanto, esses fragmentos de obras não eram produto de um capricho artístico. Na obra A Mão de Deus, há uma ambivalência de significados: a mão divina é na realidade a de um escultor em plena atividade. E foi exatamente o que Rodin tentou plasmar ao longo de toda a sua obra: o momento da criação. É por esse motivo que ele pode ser considerado um verdadeiro impressionista.


Sobre os Burgueses de Calais nos jardins da torre de Victoria, Londres, não foram permitidas sob a lei francesa mais de doze cópias desta obra após a morte de Rodin . A cópia de Londres, comprada pelo governo britânico em 1911, é uma delas. Rodin duplicava frequentemente as suas estátuas. No caso dos Burgueses de Calais duas das cabeças do grupo escultórico são idênticas e um terceira ligeiramente alterada. Algumas das mãos são também usadas duas vezes.


Suas obras mais célebres, O Beijo, que faz parte de uma série de esculturas realizadas para a Porta do Inferno, do Museu de Artes Decorativas, O Pensador, da mesma série, e o retrato de Balzac confirmam isso. Tem hoje um museu em Paris dedicado as suas obras e vida (o Museu Rodin), situado no Hôtel Biron, ao lado do Hôtel des Invalides, túmulo de Napoleão.


Rodin teve como assistente a escultora Camille Claudel, com quem teve um romance e cujos trabalhos são muitas vezes confundidos com os de Rodin. Camille acreditava que Rodin queria se apropriar dos seus trabalhos. À época, foi considerada insana e terminou seus dias internada em um manicômio.

Rodin conquistou fama em vida, e suas obras chegaram a ser as mais apreciadas no mercado de arte europeu e americano. Hoje em dia encontram-se nos museus mais importantes do mundo.




( Obra acima : O beijo)

17.2.10

Fui somente a chama

Para você eu fui a chama
Incêndios
Cinco histórias de como você veio
parar até mim.

Você está só jogando
nesta história eu sou uma perdedora.
Já sei que você é um homem de jogo.
Quer jogar?

Estou sim, cega sim.
Quer jogar?
São apenas volúpias do desejo.
O amor é um destino resignado.

                                                                         Aline

O inesperado

Peguei o carro e sai sem rumo.
Parei em um bar.
Sentei sem postura com
meu vestido longo esbarrando ao chão.

Ascendi meu cigarro.
Te encontrei neste bar,
você estava com sua camiseta gola " v"
e mangas arregaçadas.

Você me cheira e me lambe.
Nossos poros soltam o álcool.
Peço mais uma cerveja.
Eu estava num estado emocional tão ruim.

Hoje à noite você é completamente meu.
Você dá seu amor tão docemente
Hoje à noite a luz do amor ainda está em seus olhos
Mas você ainda vai me amar amanhã?

É algo duradouro
ou apenas um momento de prazer?
Me diz logo
diga agora o que você quer.

                                                       Aline


14.2.10

A procura de um príncipe- Casos amorosos IV.

Quarta- feira,um dia normal e de rotina.
A moça trabalhou e falou com ele durante a tarde no telefone.
Combinaram de se ver.
Vinte horas e quarenta e seis minutos, bem precisos no relógio.Toca o interfone da casa dela.
Era ele! " Ai...ai..." Suspiros!
Ela abre a porta com seus pés descalços.Ele ao lado de sua moto, a vê e dá um sorriso.
" Vamos?Coloque uma sandália e sairemos!"
Ela diz:
"Irei pegar minha bolsa..."
O moço fala que não precisa.
Ela coloca somente as sandálias e vai para a moto.
Vento em seu rosto...abraçadinha sentada atrás dele...e deixava o vento acariciar a sua pele.
Sentaram em um café.Ela bebeu saquerinha e ele uma coca-cola.
Conversaram, riam, se beijavam.Parecia tudo perfeito.
...
( Continuação)

11.2.10

Ganhei este selinho!!!!

Obrigada Marcos!!!!

Ganhei do meu querido Marcos.
É o seguinte, devo falar em 7 itens sobre a minha pessoa e repassar para 7 amigos!
Ai vai!
1. Sou uma pimenta.
2. Sou adocicada.
3. A arte é minha essência.
3.Sou malvada e doce ao mesmo tempo!
4. " Sejamos pornográficos, docemente pornográficos." Drummond
5.O bater das palmas, o perfume,as carruagens, moedas ao cair,o tocar dos violinos e pés descalços.
6." Tenho uma imensa saudade de um futuro melhor." Fernando Pessoa
7.Tenho essência Almodóvar.
Repasso para:
Ju Padilha
Bia
Amanda
Willian Lial
Professor Alexandre
Pedro
E de novo para ti Marcos!
Beijos doces!!!

A procura de um príncipe - Casos amorosos III.

A moça saiu cedo para trabalhar...
Mandou mensagem para "seu futuro príncipe?"
Ele responde assim:
" Olá gostosa, linda!
Sinto seu perfume ainda..."
Bom dia! Beijos"
D
Claro, que isso a deixou mais que empolgada...
Passou as horas e ela foi para casa.
Sentia um mal estar...deve ser o calor que fez neste dia.
Ele ligou para ela...queria saber como estava.
Comentou a ele que não passava bem.
O moço disse que ia passar em sua casa, para lhe dar um beijo.
Ela tomou um banho e passou seus perfumados cremes.
Tocou o interfone.
" Ai...É ele!"
Foi rapidinho o contato entre o casal.
Carícias de leves...
Ele a beijou na testa e foi embora com sua moto.
( Continuação)
....

7.2.10

Trecho do livro "Memórias de Minhas Putas Tristes", de Gabriel García Marquez





No ano de meus noventa anos quis me dar de presente uma noite de amor louco com uma adolescente virgem. Lembrei de Rosa Cabarcas, a dona de uma casa clandestina que costumava avisar aos seus bons clientes quando tinha alguma novidade disponível. Nunca sucumbi a essa nem a nenhuma de suas muitas tentações obscenas, mas ela não acreditava na pureza de meus princípios. Também a moral é uma questão de tempo, dizia com um sorriso maligno, você vai ver. Era um pouco mais nova que eu, e não sabia dela fazia tantos anos que podia muito bem estar morta. Mas no primeiro toque reconheci a voz no telefone e disparei sem preâmbulos:



— É hoje.



Ela suspirou: Ai, meu sábio triste, você desaparece vinte anos e volta só para pedir o impossível. Recobrou em seguida o domínio de sua arte e me ofereceu meia dúzia de opções deleitáveis, mas com um senão: eram todas usadas. Insisti que não, que tinha de ser donzela e para aquela noite. Ela perguntou alarmada: Mas o que é que você está querendo provar a si mesmo? Nada, respondi, machucado onde mais doía, sei muito bem o que posso e o que não posso. Ela disse impassível que os sábios sabem de tudo, mas não tudo: Virgens sobrando neste mundo só os do seu signo, dos nascidos em agosto. Por que não encomendou com mais tempo? A inspiração não avisa, respondi. Mas talvez espere, disse ela, sempre mais sabichona que qualquer homem, e me pediu nem que fossem dois dias para revirar o mercado a fundo. Eu repliquei a sério que numa questão dessas, e na minha idade, cada hora é um ano. Então não tem jeito, disse ela sem o menor fiapo de dúvida, mas não importa, assim é mais emocionante, merda, deixa que eu telefono em uma hora.



Não preciso nem dizer, porque dá para reparar a léguas: sou feio, tímido e anacrônico. Mas à força de não querer ser assim consegui simular exatamente o contrário. Até o sol de hoje, em que resolvo contar como sou por minha livre e espontânea vontade, nem que seja só para alívio da minha consciência. Comecei com o telefonema insólito a Rosa Cabarcas, porque, visto de hoje, aquele foi o início de uma nova vida, e numa idade em que a maioria dos mortais está morta.



Vivo numa casa colonial na calçada de sol do parque de San Nicolás, onde passei todos os dias da minha vida sem mulher nem fortuna, onde viveram e morreram meus pais, e onde me propus morrer só, na mesma cama em que nasci e num dia que desejo longínquo e sem dor. Meu pai comprou a casa num leilão público no final do século XIX, alugou o andar de baixo para lojas de luxo de um consórcio de italianos e reservou-se este segundo andar para ser feliz com a filha de um deles, Florina de Dios Cargamantos, intérprete notável de Mozart, poliglota e garibaldina, e a mulher mais formosa e de melhor talento que jamais houve na cidade: minha mãe.



O espaço da casa é amplo e luminoso, com arcos de estuque e pisos axadrezados de mosaicos florentinos, e quatro portas envidraçadas sobre uma sacada corrida onde minha mãe sentava-se nas noites de março para cantar árias de amor com suas primas italianas. Dali se vê o parque de San Nicolás com a catedral e a estátua de Cristóvão Colombo, e mais além os armazéns do cais fluvial e o vasto horizonte do rio grande da Magdalena a vinte léguas de seu estuário. A única coisa ingrata na casa é que o sol vai mudando de janelas no transcurso do dia, e é preciso fechar todas elas para tratar de dormir a sesta na penumbra ardente. Quando fiquei sozinho, aos meus trinta e dois anos, mudei-me para a que tinha sido a alcova de meus pais, abri uma porta de passagem para a biblioteca e para viver comecei a vender o que estava sobrando, e que terminou sendo quase tudo, exceto os livros e a pianola de rolos.



Durante quarenta anos fui o domador de telegramas do El Diario de La Paz, tarefa que consistia em reconstruir e completar em prosa indígena as notícias do mundo, que agarrávamos em pleno vôo pelo espaço sideral através das ondas curtas ou do código Morse. Hoje me sustento, mal ou bem, com minha aposentadoria daquele ofício extinto; me sustento menos com a de professor de gramática castelhana e latim, quase nada com a crônica dominical que escrevi sem esmorecimento durante mais de meio século, e nada em absoluto com as resenhas de música e teatro que me publicam de favor nas muitas vezes em que intérpretes notáveis passam por aqui. Nunca fiz nada diferente de escrever, mas não tenho vocação nem virtude de narrador, ignoro por completo as leis da composição dramática, e se embarquei nessa missão é porque confio na luz do muito que li pela vida afora. Dito às claras e às secas, sou da raça sem méritos nem brilho, que não teria nada a legar aos seus sobreviventes se não fossem os fatos que me proponho a narrar do jeito que conseguir nesta memória do meu grande amor.



No dia de meus noventa anos havia recordado, como sempre, às cinco da manhã. Por ser sexta-feira, meu compromisso único era escrever a crônica que é publicada aos domingos no El Diario de La Paz. Os sintomas do amanhecer tinham sido perfeitos para não ser feliz: me doíam os ossos desde a madrugada, meu rabo ardia, e havia trovões de tormenta depois de três meses de seca. Tomei banho enquanto passava o café, bebi uma caneca adoçada com mel de abelhas e acompanhada por duas broas de farinha de mandioca, e vesti o macacão de brim de ficar em casa.



O tema da crônica daquele dia, é claro, eram os meus noventa anos. Nunca pensei na idade como se pensa numa goteira no teto que indica a quantidade de vida que vai nos restando. Era muito menino quando ouvi dizer que se uma pessoa morre os piolhos incubados no couro cabeludo escapam apavorados pelos travesseiros, para vergonha da família. Isso me impressionou tanto que tosei o coco para ir à escola, e até hoje lavo os escassos fiapos que me restam com sabão medicinal de cinza e ervas milagrosas. Quer dizer, me digo agora, que desde muito menino tive mais bem formado o sentido do pudor social que o da morte.









A procura de um príncipe - Casos amorosos II.

(...Continuação)

Ela acordou decidida a encontrar aquele moço.
Chegou o anoitecer...Se falaram por telefone.Teve a conversa e a combinação de se verem, conhecerem.
Pernas trêmulas.
Coração que batia forte. Ele chegou com uma daquelas motos super chique!
Quando a viu, disse que ela é mais bonita pessoalmente.
Ele foi para a casa dela.
Convidou-o para entrar e ficaram no jardim de sua casa.
A conversa ia bem.Papo agradável.
Até que ele a pede para sentar mais perto.
Ela obedece.
Daí, surge um belo beijo. E que beijo...Uma mistura de beijo " caliente" e doce ao mesmo tempo...
Ficaram ali trocando carícias.

( Continuação)

6.2.10

Selinhoooooooooooooooooo

Iupiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

Ganhei do Marcos Andrade!!!!
Obrigada, querido!

A procura de um príncipe - Casos amorosos I.

Ela se sentia sozinha.Não sabia o que fazer para se distrair...Pensava, meditava e fumava.
- O que fazer?Dizia a moça de seus 27 anos.Abriu uma garrafa de vinho e danou a embebedar-se.
Com um leve calor e suas maçãs vermelhas,sentou de frente para o computador e entrou numa sala de bate papo.
Conversa vai, conversa vem. Encontrou rapazes aparentemente interessantes.Teclava durante horas e descobriu ali uma fonte não muito confiável, mas se tinha companhia naquela " janela " aberta de chat.
Conversava com um rapaz.
Na verdade, o que esta moça queria era encontrar seu par ideal.Amigos?Ela tinha sim!Mas aos fins de semana, muitos já tinham o seu compromisso com o seu par...
Madruga...
A conversa foi até alta madrugada.
O papo foi desde o que ambos gostavam de fazer até uma pequena paquera picante.
Falou-se dele ir encontrá-la em sua casa. O medo bateu-se em seu coração e não permitiu este encontro, ainda...
Ele ligou para ela, para dar boa noite, mas isso ocorreu, porque a moça pediu.
(Continuação)....

Um jantar, um passeio,um sorvete, umas fotos!


Sexta- feira!Estrelas no céu, mas sem luar...
Um restaurante com luz com laranja e música ambiente agradável...






Temaki...sushis...
uma boa risada junto de um
bom amigo!


A noite em Ribeirão estava inquieta...pessoas sorridentes ao passar!


Depois de um belo jantarzinho,vamos para um pequeno espaço que nos faz lembrar Veneza...lugar romântico, com velas...um jardim meio que secreto!

Sorvete babaloo e sorvete carambola!Hum que delícia...Claro que tive de tirar umas fotinhas deste lugar que transmite algo especial no ar.Só faltou o luar...
Lua, ohhh lua...vem cá..vem cá..vem cá...

                                                                     olha o local!Da Fiore!

Na luz de velas...um local danado de romântico!



Ao som de Caetano Veloso, na essência da música:
"Sozinho"
" As vezes no silêncio da noite,
fico imaginando nós dois..."
Saudade de um amor...
Foi uma noite bastante proveitosa!!!
Olha o cafezinho no final!!!
Não podia faltar né?


Afinal das contas...aqui é o " Palavras adocicadas com cafezinho!"
Olha meu amigo querido e eu!!!
Nós de novo!!! Meu irmão querido e euzinha!!!!ahahahahah

Sim...ao ir embora..na madrugada...
O inesperado!!!Momento úncio...lindo!!!
Dentro do carro, ao olhar o céu...o que encontro?
Ao redor de uma luz cor de mel, uma lua grande, linda, minguante!






4.2.10

Jardim do desejo

Em teu jardim
mão ansiosa
Devagar
Devagar.

Minha pele
como uma pétala
tocada suavemente.
Desejo
Desejo.

Beijo
abstrato.
No meu âmago
ocultas melodias secretas.

Vem
Venha
desvendar meus segredos
No meu jardim
que é m´nha pura alma.
Amaeu.

                                          Aline

3.2.10

Pessoal!
Espero que os poemas sensuais, os quais me inspirei no livro " O amor natural" de Drummond, tenham deixado algo especial para vocês!
Estou a postar os últimos!
Obrigada pela leitura!!!
Beijinhos

Sugado pelo amor


Boca a mil
sugar e ser sugado
o corpo dois em um
entrelaçados
viram um só!

Gozo pleno
não pertence
a nenhum de nós.
um gozo de fusão.

Lamber
chupar
ser chupado
espasmo.

Boca
boca
boca
tudo é boca.
"69 vezes" boca na língua.

Aline

1.2.10

Norah Jones - Come Away With Me


Um pouco de Florbela Espanca

Biografia:

Poetisa portuguesa, natural de Vila Viçosa (Alentejo). Nasceu filha ilegítima de João Maria Espanca e de Antónia da Conceição Lobo, criada de servir (como se dizia na época), que morreu com apenas 36 anos, «de uma doença que ninguém entendeu», mas que veio designada na certidão de óbito como nevrose. Registada como filha de pai incógnito, foi todavia educada pelo pai e pela madrasta, Mariana Espanca, em Vila Viçosa, tal como seu irmão de sangue, Apeles Espanca, nascido em 1897 e registado da mesma maneira. Note-se como curiosidade que o pai, que sempre a acompanhou, só 19 anos após a morte da poetisa, por altura da inauguração do seu busto, em Évora, e por insistência de um grupo de florbelianos, a perfilhou.
Estudou no liceu de Évora, mas só depois do seu casamento (1913) com Alberto Moutinho concluiu, em 1917, a secção de Letras do Curso dos Liceus. Em Outubro desse mesmo ano matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que passou a frequentar. Na capital, contactou com outros poetas da época e com o grupo de mulheres escritoras que então procurava impor-se. Colaborou em jornais e revistas, entre os quais o Portugal Feminino. Em 1919, quando frequentava o terceiro ano de Direito, publicou a sua primeira obra poética, Livro de Mágoas. Em 1921, divorciou-se de Alberto Moutinho, de quem vivia separada havia alguns anos, e voltou a casar, no Porto, com o oficial de artilharia António Guimarães. Nesse ano também o seu pai se divorciou, para casar, no ano seguinte, com Henriqueta Almeida. Em 1923, publicou o Livro de Sóror Saudade. Em 1925, Florbela casou-se, pela terceira vez, com o médico Mário Laje, em Matosinhos.
Os casamentos falhados, assim como as desilusões amorosas, em geral, e a morte do irmão, Apeles Espanca (a quem Florbela estava ligada por fortes laços afectivos), num acidente com o avião que tripulava sobre o rio Tejo, em 1927, marcaram profundamente a sua vida e obra. Em Dezembro de 1930, agravados os problemas de saúde, sobretudo de ordem psicológica, Florbela morreu em Matosinhos, tendo sido apresentada como causa da morte, oficialmente, um «edema pulmonar».
Postumamente foram publicadas as obras Charneca em Flor (1930), Cartas de Florbela Espanca, por Guido Battelli (1930), Juvenília (1930), As Marcas do Destino (1931, contos), Cartas de Florbela Espanca, por Azinhal Botelho e José Emídio Amaro (1949) e Diário do Último Ano Seguido De Um Poema Sem Título, com prefácio de Natália Correia (1981). O livro de contos Dominó Preto ou Dominó Negro, várias vezes anunciado (1931, 1967), seria publicado em 1982.
A poesia de Florbela caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito. A veemência passional da sua linguagem, marcadamente pessoal, centrada nas suas próprias frustrações e anseios, é de um sensualismo muitas vezes erótico. Simultaneamente, a paisagem da charneca alentejana está presente em muitas das suas imagens e poemas, transbordando a convulsão interior da poetisa para a natureza.
Florbela Espanca não se ligou claramente a qualquer movimento literário. Está mais perto do neo-romantismo e de certos poetas de fim-de-século, portugueses e estrangeiros, que da revolução dos modernistas, a que foi alheia. Pelo carácter confessional, sentimental, da sua poesia, segue a linha de António Nobre, facto reconhecido pela poetisa. Por outro lado, a técnica do soneto, que a celebrizou, é, sobretudo, influência de Antero de Quental e, mais longinquamente,
de Camões.
Poetisa de excessos, cultivou exacerbadamente a paixão, com voz marcadamente feminina (em que alguns críticos encontram dom-joanismo no feminino). A sua poesia, mesmo pecando por vezes por algum convencionalismo, tem suscitado interesse contínuo de leitores e investigadores. É tida como a grande figura feminina das primeiras décadas da literatura portuguesa do século XX.
 
Fonte: Astormentas



Vestidos com poesia

Olha o modelito que usei no evento de meu trabalho! Só podia ser os caprichosos vestidos com poesia da Bia!
Entrem: http://vestidoscompoesia.blogspot.com