Este texto foi revisado mais uma vez pela minha própria pessoa e pela Rita(minha mãe querida!). O conto foi publicado em um material didático da editora Saraiva.Virou teatrinho também!Vejam as fotos!
Estou ficando chique!!!!=)
Katita e Xandemoa. O amor que nunca morreu!
Oxente bichinho!
Chamo-me Maria das Candeias... Sou nordestina arretada! Oxe...
Estou aqui pra lhes contar uma bonita história de amor acontecida nesse Nordeste de meu Deus.
E que salve essa história! E que salve tu! E que salve eu! E que salve todos vocês, meus bichinhos desse mundão!
E foi... há muito tempo, não muito longe e nem muito perto daqui, no sertão nordestino, visse, bichinho? Acreditem que essa é a história mais verdadeira de todas as histórias de amor acontecida nesse sertão nordestino de meu Deus.
Perto de um canteiro, onde tudo era uma brancura só, residia uma frô de formosura, chamada Katita, que nasceu numa fazenda desse sertão de meu Deus, visse bichinho?
Katita era uma ternura só, até os assum voadô preto vinham observá a sua formosura.
E foi... que aos 15 anos, Katita, uma frô de formosura, tinha que se casar. Seus pais tinham arranjado um pretendente, mas a menina não gostava da ideia e, toda noite, ia ao pé de mandacaru, choramingá o seu destino e sonhar com o seu príncipe encantado.
Já em outra banda desse sertão de meu Deus, ficava olhando a Lua Xandemoa.
Xandemoa nasceu numa pequena localidade nordestina. Era o terceiro filho de uma família de oito irmão. Cabra valente, dotado de uma inteligência que acabrunhava qualquer cabra desse sertão de meu Deus, visse bichinho?
Xandemoa, ainda quando era um tiquinho de gente, havia sido prometida a uma donzela desconhecida. Mas o cabra só sabia sonhar com sua princesa encantada.
Desde menino, Xandemoa demonstrou-se um excelente vaqueiro. Cuidava do gado, tratava o couro dos bicho e pegava as tropa de burro a modo de realizá as venda desse couro por esse sertão a fora, onde o poderio era daqueles que eram os mais rico, os sinhozinho, os dono das terra, os mais forte desse sertão de meu Deus, visse?
E foi... Xandemoa, cansado de sonhar com sua princesa encantada, fugiu do casamento arranjado e se arresolveu parti, em companhia de sua amiga e confidente Lua, e saiu sem rumo por esse sertão de meu Deus!
Caminhando aqui e caminhando acolá, Xandemoa seu nome se fez arrodeá!
Até que, numa noite, passando pela fazenda da Brancura, foi-se acercado pelo aroma que lhe penetrou pelas venta adentro e lhe atonteô de modo, visse, bichinho, a seguir o cheiro.
Donde que, de repente, a sua frente, se vê a menina frô de formosura adocicada de ternura a lhe encantar da pontinha do dedão do pé até o último fio de cabelo de sua cabeça!
Katita, a menina frô de formosura, a ternura em pessoa, mesmo sem nunca ter avistado, mas já conhecida da fama de Xandemoa, o elegeu seu príncipe encantado, o amor de sua vida!
E foi... que estando sentada de frente ao pé de mandacaru, entontecida pelo luar, que Katita avista o seu príncipe dos sonhos, Xandemoa, o cabra valente e destemido desse sertão de meu Deus, oxe!
E foi... que nas banda desse sertão, inebriados pelo luar e aos pés do mandacaru que a paixão proibida de Xandemoa e Katita aconteceu!
Era só apontá a amiga e confidente Lua na beirinha do céu que Xandemoa se dirigia ao pé de mandacaru. E quando essa amiga e confidente Lua estava no meinho desse mesmo céu, é que Katita, a menina frô de formosura, aparecia, visse?
E foi... que ao invés de ficar três dias na fazenda Brancura, como pretendia, de modo a vendê a sua mercadoria, Xandemoa permaneceu dez, vivenciando, às escondida, toda noitinha, junto ao luar e ao pé de mandacaru, um secreto romance com Katita.
Acontece que o pai da menina frô de formosura não podia nem sonhar que ela se encontrava com Xandemoa, visse, bichinho?
E foi... que o noivo prometido de Katita ficô sabendo dessa paixão desenfreada. Oxe, que foi um pega daqui, um pega de lá, e o noivo prometido de Katita ficô atormentado, e jurô que iria colocá fim nessa paixão de Xandemoa e Katita.
Oxe, bichinho, tu pode imaginá o perrengue que se assucedeu?
O noivo prometido de Katita arrumô uns cabra valente e aprontô uma arapuca a Xandemoa. Acusando o menino Xandemoa de lhe roubá bodes de sua propriedade, visse!?
E foi... diante disso que Xandemoa foi expulso das banda da Brancura e teve que voltá a sua localidade.
Xandemoa sentia uma saudade aperreada da menina frô de formosura.
Katita sentia uma saudade apertada do cabra valente e inteligente.
E foi... que toda noitinha Katita ia ao pé de mandacaru.
Oxe, visse, bichinho, que meu coração estremecia em meu peito, doía por demais de vê a menina frô de formosura suspirá de saudade do amor de sua vida! Eita!
E foi... que a amiga e confidente Lua de Xandemoa, já até no céu não reluzia mais, pois também tava minguadinha de dó do cabra valente!
Até que, bichinho, vou lhe contá, numa noite, Xandemoa, não aguentando mais de tanta saudade, manda avisá Katita que, na noite seguinte, iria ao pé de mandacaru lhe buscá às escondida.
Na noite seguinte, a menina frô de formosura estava, como o combinado, diante do pé de mandacaru, à espera do amor de sua vida.
E foi... bichinho, que o fato mais triste acontecido nesse sertão de meus Deus se assucedeu!
Xandemoa apareceu ao pé de mandacaru e lascou um apaixonado beijo em Katita. Mas acontece que, nesse momento, eles foram surpreendidos por uma rajada de tiros, visse, bichinho!?
E foi... que o noivo prometido de Katita havia lhe preparado uma emboscada! Eita!
Os dois caíram por de terra, abraçadinhos ao pé de mandacaru.
E o fato mais impressionante aconteceu... a Lua apareceu mais reluzente do que nunca, e o pé de mandacaru que ali estava começô a florescê, e as frô a desabrochá, e o cheiro da frô era tão forte que encantô de amor toda a localidade nordestina, visse!?
Por isso, meus bichinho, que até hoje a frô do mandacaru só desabrocha quando a Lua está toda reluzente nesse céu de meu Deus!
Aline Spíndola e Rita de Cássia Spíndola
Um comentário:
"É amor vou deixar doer, doendo vou te amando, amando vou lembrar de você... para que serve o amor se não tenho você!"
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