22.11.09

Meu olhar sobre...


Do livro, O Desejo.
O Fogo Escondido, por Adauto Novaes.
Concordo quando NOVAES retrata que acontece uma perda de intensidade com os afetos e desejos, e o mesmo para com a liberdade.
É uma questão de óbviedade. Tudo no início é mais encantador e com o tempo vira uma rotina, e nesta, nem sempre temos a mesma força do começo.
" O desejo fascina, faz brilhar o fogo escondido."

 O autor afirma que os sentimentos e condutas humanas são coisas naturais, que "seguem as leis ordinárias da natureza" e, portanto, tão dignas de serem entendidas como qualquer outra coisa: como força impulsiva, o desejo não pode ser escarnecido  como contrário à Razão;
Para Spinoza, o homem pode ser ignorante quanto as causas que os aguçam a desejar algo. O que aconteceria com o desejo diante de um mundo imaginário?
Qual é o sentido do ato de imaginar na vida do homem?
Apenas no conhecimento do saber,entendimento puro, de sua natureza e de suas leis, com clareza, sabemos o verdadeiro método e em que ele consiste essencialmente. Para isso, é preciso, antes de tudo, fazer a distinção entre imaginação e entendimento, isto é, as ideias verdadeiras e as outras ideias fictícias, falsas, duvidosas e todas as que dependem apenas da memória.
Spinoza refere-se à relação imaginação e saber:
- O saber não exclui a imaginação, mas dá a ela condições para conhecimento de si. Esse conhecimento de si da imaginação pode se expressar de duas maneiras: a primeira é através do confeito entre ideia e imagem: aqui, a ideia se sobrepõe à imagem," visto ser ela potência de afirmação e conhecimento da origem e natureza da própria imagem"; a segunda relação se dá no interior da própria imaginação: há um conduzido pelos afetos originados da alegria e da tristeza. A alegria voluntariamente suscitada por uma imagem pode ser mais forte que uma sensação dolorosa. Esse princípio já tinha sido invocado por Epicuro quando expunha de que maneira o sábio- a encarnação do saber- deveria se portar para ser feliz no meio dos sofrimentos: evocar imagens do passado que lhe são agradáveis e afastar as que lhe são penosas:" opondo um prazer a uma dor pelo jogo voluntário da sua imaginação, o sábio atinge a felicidade, da mesma maneira que, perturbando por uma operação inversa o bem-estar físico através dos vãos temores e ideias falsas, o vulgo se torna infeliz".


Aline S. 

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